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04/março/2005  Andréa Lombardo Equipe da Folha

Menino de oito anos mata irmã de seis

Crianças estavam sozinhas em casa, no município de Teixeira Soares; segundo polícia, garoto usou espingarda do pai.

Curitiba A segunda tragédia, em uma semana, envolvendo o manuseio de armas de fogo por crianças, aconteceu no final da tarde de quarta-feira, na localidade de Alto da Pedra, município de Teixeira Soares (50 km ao sul de Ponta Grossa). L.A.S., de 6 anos, morreu após ser atingida no olho por um disparo de espingarda calibre 36, que era manuseada por seu irmão, D.P.S., de 8 anos.
O investigador da Polícia Civil de Teixeira Soares, Auyldo Skubisz, contou que os pais estavam colhendo fumo, na lavoura que fica próxima da casa, enquanto as crianças brincavam em um dos quartos. O menino acabou encontrando a espingarda que o pai, o agricultor A.S., guardava em casa, e acabou disparando a arma. A menina foi levada a um hospital de Irati (135 km ao norte de União da Vitória) e de lá transferida para Guarapuava, mas não resistiu ao ferimento.
Segundo Skubisz, as cirscuntâncias em que o acidente aconteceu ainda estão sendo investigadas. O pai, abalado, ainda não prestou depoimento, mas pode ser responsabilizado por homicídio culposo (quando não há intenção do resultado), de acordo com o que apontarem as investigações. A pena para este crime é de até 3 anos de prisão.
No dia 23 de fevereiro, um adolescente de 16 anos matou acidentalmente o irmão de oito com um tiro de revólver calibre 38 na cabeça. O menino tentou se defender e colocou a mão na frente da cabeça. A mão acabou sendo perfurada. Os dois irmãos estavam sozinhos no quarto que dividiam na Vila Icaraí, no bairro do Uberaba, periferia de Curitiba.
Para evitar acidentes como esses e tentar diminuir a violência, foi instituído no País o Estatuto do Desarmamento que, entre outras coisas, prevê o pagamento de indenizações para as pessoas que se desfizerem de suas armas.

Andréa Lombardo
Equipe da Folha