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Edição de 24/06/2004
NO PARANÁ 

Arquivo Folha/24-06-2004

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 O QUE FOI DITO

''Tem muitos partidos grandes com o 'pé em duas canoas'. Ou 'com um olho no gato e outro no peixe'. A definição das chapas vai ser mesmo no dia 30'', 

Félix Ribeiro, vereador do PMN e pré-candidato a prefeito de Londrina, ao comentar a dificuldade dos partidos para a formação de coligações visando as eleições de outubro.

 ''Continuamos enterrando ali porque é uma tradição. Mas o cemitério está abandonado, tanto por proprietários de túmulos quanto pela prefeitura. Tinha que fazer um calçamento, plantar um piso de grama. São medidas tão fáceis.'' 

Carlos Strass, pioneiro em Londrina e morador do Patrimônio Heimtal, ao lamentar o estado precário do cemitério do patrimônio (o mais antigo da cidade e ponto de referência da colonização alemã) que está ameaçado de ser fechado pela empresa que administra os cemitérios da cidade. 

''Tanto a paz como a violência são fenômenos sociais concretos. Assim como aprendemos a ser violentos, aprendemos a ter uma postura de não-confronto e aprendemos a abominar a violência.'' Sônia Passos, professora da ONG Educadores da Paz do Rio Grande do Sul que participa de curso de capacitação em Londrina, ao defender a formação de professores capazes de incluir a paz nos currículos escolares.

 

 

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Edição de 24/06/2004
Adriana Savicki 
Reportagem Local

Professores discutem metodologia da não violência

Formar professores capazes de incluir a paz nos currículo escolares. Esse é o desafio imposto a cerca de 40 professores da rede privada e particular de ensino e de Organizações Não Governamentais (ONGs) de Londrina que participam, durante toda a semana, de um curso de multiplicadores da paz.

Durante o encontro, promovido pela ONG Londrina Pazeando com patrocínio da Sercomtel, os profissionais discutiram a paz como conceito de transformação do meio social. ''Paz não é uma coisa metafísica. Achamos que, para prevenir a violência, temos que pôr algo no lugar dela. O contraponto da cultura de violência é a cultura de paz'', afirma a professora Sônia Passos, da ONG Educadores da Paz do Rio Grande do Sul.

A ONG gaúcha é pioneira na formação de profissionais capacitados para a cultura da paz. Uma tarefa árdua em uma sociedade onde as crianças são bombardeadas diariamente com desenhos cada vez mais violentos e onde a própria grade curricular das escolas tende a dar mais visibilidade para períodos de guerra, grandes batalhas e seus generais.

''Precisamos desenvolver professores capazes de refletir o currículo bélico e construir um contraponto e instrumentalizar referenciais não violentos'', diz.

Contraponto que não restringe ao plano das idéias e, principalmente, deve invadir o espaço das ações. ''Tanto a paz como a violência são fenômenos sociais concretos. Assim como aprendemos a ser violentos, aprendemos a ter uma postura de não-confronto e aprendemos a abominar a violência'', argumenta.

Segundo ela, a preocupação com o educador da paz ainda é muito recente no Brasil. ''Ao contrário de outros países da Europa onde a discussão é antiga, aqui isso ainda é recente'', diz a professora. A ONG gaúcha, por exemplo, tem dois anos de atividade.

Professor e da coordenação do Londrina Pazeando, Amauri Pereira Cardoso afirma que a formação de profissionais mais capacitados para lidar com o tema sempre foi uma preocupação da ONG. ''Há uma propensão grande das entidades trabalharem em prol da paz, mas a nossa preocupação era como trabalhar isso em sala de aula, como desenvolver uma metodologia'', comenta. O encontro encerra neste sábado.